Operação no RJ contra o CV soma 81 prisões e 60 mortos; entre eles, quatro policiais
Pelo menos 60 pessoas morreram, entre elas quatro policiais, e 81 foram presas nesta terça-feira (28) durante uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. A ação, que ainda seguia em andamento até o início da noite, já é considerada a mais letal da história do estado, segundo confirmou o Palácio Guanabara.
A operação, que reuniu cerca de 2.500 agentes da Polícia Civil, Militar e outras forças estaduais, faz parte da Operação Contenção, iniciativa permanente de combate ao avanço do Comando Vermelho (CV) por territórios fluminenses. O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão, mas a chegada das equipes resultou em intensa troca de tiros com traficantes fortemente armados.
Vídeos registrados por moradores mostram sequências de disparos que ultrapassam 200 tiros em um minuto, além de barricadas em chamas e colunas de fumaça cobrindo partes das comunidades.
Retaliações e caos na cidade
Com o avanço da operação, o tráfico reagiu com represálias em diversas regiões da cidade. Barricadas com veículos e entulho foram erguidas na Linha Amarela, na Grajaú-Jacarepaguá e na Rua Dias da Cruz, no Méier, entre outros pontos.
Diante dos bloqueios e da insegurança, o Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional da cidade para o estágio 2, em uma escala de 5. A Polícia Militar determinou a presença de todo o efetivo nas ruas, suspendendo as atividades administrativas.
Marcos Vinícius e Rodrigo Velloso, policiais civis mortosMortos e feridosO balanço parcial indica 56 suspeitos mortos em confronto, incluindo dois vindos da Bahia e um do Espírito Santo. Além deles, quatro policiais perderam a vida:
- Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);
- Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
- Cleiton Searafim Gonçalves, policial do Bope;
- Herbert, também do Bope.
Três inocentes foram feridos durante os confrontos: um homem em situação de rua, baleado nas costas; uma mulher atingida dentro de uma academia; e um homem ferido em um ferro-velho.
As escolas e postos de saúde das áreas afetadas não abriram nesta terça-feira.
Prisões e apreensões
Entre os 81 presos, está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho na região, e Nicolas Fernandes Soares, suspeito de ser operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, um dos principais líderes da facção.
As forças de segurança apreenderam 75 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas.
Governo do estado reage
O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, afirmou que a ação foi planejada com antecedência e não contou com apoio do governo federal.
“Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro”, declarou o secretário.
Santos ressaltou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas impactadas pela operação.
“Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, afirmou.
A megaoperação reacende o debate sobre a letalidade das ações policiais no Rio de Janeiro e o impacto sobre a população civil, especialmente em comunidades densamente povoadas, como as do Alemão e da Penha.
Fonte: blogfelipenews.com.br




