Justiça afasta presidente da Federação Maranhense de Futebol e nomeia interventora para reorganizar entidade

Decisão atende a pedido do Ministério Público e retira Antônio Américo e toda a diretoria da Federação Maranhense de Futebol por 90 dias

Justiça afasta presidente da Federação Maranhense de Futebol e nomeia interventora para reorganizar entidade

A Federação Maranhense de Futebol (FMF) passa por um momento histórico. Nesta segunda-feira, 4 de agosto, o juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, determinou o afastamento do presidente da entidade, Antônio Américo Lobato Gonçalves, e de toda a diretoria, por suspeitas de irregularidades na gestão. A decisão também alcança o Instituto Maranhense de Futebol (IMF), presidido por Sílvio Arley Brito Fonseca.

A medida atende a um pedido do Ministério Público do Maranhão, que, por meio de Ação Civil Pública ajuizada no mês de julho, apontou sérias falhas administrativas e falta de transparência nas ações da FMF e do IMF. A promotoria acusa a gestão de não divulgar atas de assembleias, balanços financeiros, estatutos e outras informações obrigatórias no site da entidade, como exige a legislação vigente.

Além disso, o MP denunciou a existência de confusão patrimonial entre a FMF e o Instituto Maranhense de Futebol, que teria sido criado para funcionar como uma espécie de “braço financeiro” da federação, com objetivo de driblar bloqueios judiciais, o que caracteriza possível desvio de finalidade institucional. As denúncias também incluem a realização de assembleias com quórum duvidoso e a aprovação de mudanças estatutárias que beneficiariam a atual gestão de forma irregular.

Com base nessas alegações, o juiz deferiu a tutela de urgência e nomeou a gestora Susan Lucena Rodrigues como interventora da FMF por um período inicial de 90 dias. Ela é diretora da Casa da Mulher Brasileira, em São Luís, e terá a missão de organizar a administração da entidade, realizar auditorias financeira e patrimonial, garantir a publicidade de todos os atos da federação e preparar novas eleições democráticas.

A decisão judicial determina ainda a suspensão dos efeitos das assembleias realizadas em janeiro de 2025 e autoriza a quebra do sigilo bancário e fiscal dos dirigentes afastados nos últimos cinco anos. Os documentos e contratos firmados pelas duas entidades também deverão ser disponibilizados de forma transparente no site da FMF.

Foram afastados, além de Antônio Américo e Sílvio Arley, outros 16 dirigentes que compunham os quadros administrativos da FMF e do IMF. A Justiça considerou que a permanência desses nomes na direção poderia comprometer as investigações e a integridade das provas.

Em nota divulgada após a decisão, a FMF afirmou que ainda não foi oficialmente notificada, mas garantiu que sempre colaborou com o Ministério Público e que apresentará sua defesa no momento oportuno. A entidade também destacou seu compromisso com a legalidade e a transparência.

Com a intervenção judicial, a expectativa é de que a nova gestão promova uma reestruturação completa na Federação Maranhense de Futebol, resgatando a confiança dos clubes, atletas e da sociedade na administração do esporte no estado. O futebol maranhense, portanto, entra em um novo capítulo, marcado por vigilância institucional e promessas de mudanças profundas.

Fonte: IMIRANTE