Influenciador Hytalo Santos é preso em operação contra exploração sexual de menores em São Paulo
Operação coordenada pelo Ministério Público da Paraíba investiga tráfico humano e exploração sexual infantil; caso veio à tona após denúncias do youtuber Felca.

O influenciador digital paraibano Hytalo Santos foi preso na manhã desta sexta-feira (15), na capital paulista, durante uma operação que investiga crimes de exploração sexual de menores e tráfico humano. A ação contou com a participação de equipes do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além do apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ciberlab.
Além de Hytalo, também foi detido seu marido, Israel Mata Vicente. Ambos são alvos de mandados de prisão expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, após meses de investigação.
De acordo com as autoridades, a apuração começou no ano passado e reúne provas de que crianças e adolescentes teriam sido expostos de forma sexualizada em vídeos publicados nas redes sociais. Promotorias apontam ainda um suposto esquema de emancipação irregular de menores, em troca de presentes e vantagens, para permitir sua participação nas produções.
O MPT informou que mais de 50 vídeos foram analisados e que diversas vítimas já prestaram depoimento. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão para recolher celulares, computadores e outros equipamentos usados nas gravações.
A Justiça determinou o bloqueio imediato das contas de redes sociais de Hytalo Santos e a demonetização dos conteúdos, além de proibir qualquer contato dos investigados com menores de idade e testemunhas do caso.
Empresas ligadas ao influenciador também foram alvo de medidas cautelares, incluindo uma plataforma de rifas e sorteios que usaria a imagem de crianças de forma irregular.
O caso ganhou grande visibilidade após o youtuber Felca, com mais de quatro milhões de inscritos, publicar um vídeo no início deste mês denunciando a “adultização” de menores em produções digitais supostamente ligadas a Hytalo. A gravação viralizou e levou a novas denúncias.
Os dois presos foram levados a uma unidade policial em São Paulo e devem ser transferidos para a Paraíba nos próximos dias, onde responderão às acusações. A investigação segue em andamento sob sigilo, para proteger a identidade das vítimas.